(...)Deixa eu te dizer antes que o ônibus parta que você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente, você não cresceria se eu a mantivesse presa num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que você precisava de muito espaço....
domingo, 28 de novembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
Você não me lê
Não é que eu não goste de você, eu gosto! Gosto até de mais, mas não confio em você, e não é que você tenha me dado motivos para deixar de confiar, é que eu nunca confiei mesmo.
Não quero que te ofendas, não é minha intenção, sei que chega a ser desconfortável, bem, seria se eu estivesse no seu lugar e você me dissesse estas coisas, mas é involuntário, realmente parece não depender de mim.
O querer conturbado vem cheio dessas coisas, e parece que quanto mais eu quero, mais eu desconfio, de tudo.
Minha insegurança vai extrapolando os níveis da normalidade, da moralidade, é sim... chega a ser imoral!
É amar o jeito que me olhas, me beijas, e me derreter ouvindo tudo o que me falas, quando me falas de nós, de um possível amor, de possíveis filhos e imaginar tudo aquilo como fazendo parte de um conto que você lê e eu sou a personagem principal.
Mudar essa realidade, bem...não depende de mim, desejar andar com passos mais lerdos, sim é o meu desejo, como se diante de nós estivesse a eternidade.
Não tenho com o que pagar para ver.
Você e eu, podíamos ser mais tranquilos, mais amenos, menos intensos.
Bertha S.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
A ex mulher
Ela veio me contar que sentia falta do ex marido, que nunca concordou com a separação, o que já estava bem obvio antes mesmo de falar.
Eu disse: Mana, pra cada mulher linda de morrer, tem um cara cansado de comer.
Ela abriu os olhos espantada, arregalada veio confessar que ele antes de partir, não beijava, não falava, não amava.
Tua vida, tentas seguir em paz, não te deixa levar pelas malditas reações químicas de saudade que estão acontecendo no teu cérebro. Te conforma com a ida, não te conforma com a solidão, te agarra nas verdades, ignora as desilusões. Teu passado já fugiu amor.
Que ríspida, maldita tu estais sendo comigo!
Eu juro que não te arraso mais que ele... eu juro! Mas escutas as minhas verdades porque elas fazem parte do fato, amor. Eu só imagino o teu bem, eu só desejo isso.
E dela primeiro veio a dor, muito dolorida, aquela terrível sensação de perda, o choro abafado, a languidez, a vida que parece não ter rumo, nem sentido. Olha-se as fotos, passa-se o dias, perde-se a rotina, imagina-se novas lembranças de coisas que nem se viveu, ela só quer voltar, ela só quer voltar...
Depois veio a raiva, inconformada ela ficou, mal humorada, do nome dele ela tripudiava, não aceitava, xingava, se negava. Rasgou as fotos, queimou as roupas que ele havia esquecido por lá. Se perguntada, com deboche ela falava: Não me recordo deste nome! Forja-se a indiferença.
No final, já mais calma conseguia aceitar, até um leve sorriso ela esboçava de alguma boa lembrança. Ela estava amável, afável. Agora era disposta e já atraia olhares, passou a se pintar, voltou a frequentar os mesmos lugares que frequentava antes de casar, se deu conta que o que importa fica, sorriu mais livre, foi se deitar na cama de ex maridos e ex namorados de outras. E em uma dessas camas ela encontrou o amor de novo, e foi viver aquilo tudo que talvez já conhecera, talvez, porque nada é igual! Se permitiu, ela evoluiu, porque entende agora que não precisa estar indulgente, que sua felicidade é a SUA felicidade, e pronto, e ponto!
Bertha S.
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