domingo, 28 de fevereiro de 2010

Eu minto, tu mentes, eles mentem...


É um fato! Inventamos histórias desde que aprendemos a falar, primeiro para mergulhar no mundo fantasioso da infância, com nossas bonecas, nossos super-heróis... nas brincadeiras de casinha quando inventamos parentescos e personalidades. Ai caminhamos para adolescência e tem aquela festa super descolada que todo mundo do colégio vai e seu pai meio careta, lógico não deixará você comparecer a tal evento ( o que acontece?) " Pai vou estudar na casa da Suzanita!
Enfim, crescemos assim, mentir é inevitável, omitir necessário! O que cheguei um tempo a acreditar era o seguinte: Se oferecermos confiança a alguém, essa pessoa irá se preocupar em não engana-lo. Putz, mentira! Pois mesmo quando se dá abertura, liberdade, confiabiliade.... existe um grupo de pessoas, um seleto e infortúnio grupo de pessoas que sofrem de uma doença... "A mitomania".
Essas pessoas são tão dissimuladas que chegam ao ponto de acreditarem em suas próprias mentiras e mesmo quando são pegas, são capazes de inventar mais e mais mentiras para escapar de tal situação. Há um tempo atrás conheci um rapaz assim, ele estava apaixonado, criou expectativas, no começo achava suas declarações apenas um pouco enfeitadas, nada de mais, não era mentira aquilo, era só um pouco de exagero eu pensava... Com o passar o tempo fui vendo que as histórias já não se encaixavam, nada confirmava e no final de tudo ele despigolou de vez, começou a inventar "fatos", situações que realmente nunca existiram, negava outras coisas e criava histórias absurdas, que quase sempre terminavam assim: Ai o disco voador me abduziu de casa e eu fui parar naquela festa cheia de mulher gostosa, e você não vai acreditar, eram todas lésbicas!
Mitomaniacos inventam pros outros e pra si, situações, cargos e coisas que possuem, no fundo porque não aceitam o que são e o que tem, se acham inferiores, se achavam na verdade , porque isso pode ser resolvido facilmente, basta inventar que você tá pegando a mina mais gostosona do mundo e ela tá babando no seu ovo, aliado a isso você só tira nota alta na faculdade e acabou de trocar de carro... pow, que vida perfeita man!!

Pena que é tudo mentira...

Bertha S.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Comportamentos involuídos que garantem a evolução da espécie


Quando levantaram-se hoje pela manhã, Stela e o namorado, fizeram as mesmas coisas que fazem todos os dias, só que hoje foi diferente... além de prepararem o café da manhã e escovar os dentes juntos, tiveram uma conversar pouco comum enquanto comiam.
Stela saltou os olhos sobre seu namorado pensando nas mil vezes em que brigaram no passado, eles já haviam namorado uns 3 anos e estiveram afastados por uns 5 anos, até que recentemente resolveram ficar juntos de vez. Ela pensou no quanto o ser humano muitas vezes é egoísta e até nojento com a maneira de terminar relacionamentos , e lembrou que ela mesma o fez há 5 anos atrás...
Hoje uma luz se acendera no seu íntimo: "é o cuidado ilimitado, é o companheirismo e honestidade, que fixam uma morada"
Logo em seguida verbalizou o que se passava em sua cabeça: " Somos desgraçadamente desonestos e egoístas em relacionamento amorosos, principalmente na hora que precisamos substituir alguém! Apenas a relação mãe, pai e filho escapa... no restante somos condicionados a garantir a evolução da espécie passando por cima de tudo e todos!"
O namorado receoso de opinar algo a mais, assentiu com a cabeça concordando: " sim, somos!"

Bertha S.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Avise-me do começo do filme


(...) Minha avó pedia para avisar quando o filme começava. Confundia o filme com o próprio trailer, não tinha costume de ir ao cinema. Jurava que os resumos de outros títulos já correspondiam à história que iria assistir. Respirava aliviada quando os créditos e o cutucão apareciam; dai colocava os óculos e mergulhava na hipnose das mãos na cadeira(...)
Trecho de Avise-me do começo do filme

Eu me porto assim diante do amor. Preciso do cotovelo dos amigos no meu braço quando ele começa, apesar de ser a protagonista. Não que eu não saiba, terei que confessar: Não sei mesmo! Amor não se sabe, amor se pressente. É uma indefinição contente e, ao mesmo tempo, assustadora. Acontece um descuido quando meu corpo está bem próximo ao dele, é como se existisse algum feitiço na saliva do beijo, um pressentimento longo e duradouro no olhar, uma pressa em se despedir que é desejo de permanecer mais um pouco. O que era para ser passageiro, o que era pra ser mais um esquecimento, o que era para ser mais uma noite pra dormir, transforma-se em obsessão de acordar, cuidar e voltar, em obsessão de estar presente e arrumar todos os motivos e subterfúgios para não pensar em outra coisa.
Aperta uma vontade de conversar sobre a história com todo mundo que se encontra, com o carteiro, com o bancário, com o jornaleiro... e buscar conselhos até na embalagem do chocolate. Falar do amor para que ele aumente ou para que diminua. Para que ele suma ou nos dê a confiança de tomar atitudes improváveis e delicadas.
É uma encruzilhada colocar essa palavra para fora da boca. Abrir-se, expor-se de tal modo que não se pode retornar ao que julgavamos nossa vida, ao que acreditavamos ser nosso lar, ao que confiavamos como nossas convicções e nossa ordem. Como confessar uma paixão e depois fingir que isso não mexeu com a gente e retomar o trabalho e a disciplina dos dias como se fosse comum?
E ai, antes impessoal, o amor agarra-se a um nome e não mais nos pertence. É irrecuperavel porque depende de um sim ou um não. Quando dito, irá embora sem ascenar. Então, não descubriremos que estamos doentes, descobriremos que não temos cura. Amor não nos fortalece, enfraquece. Ficamos indigentes à espera de um beijo, de um telefonema, de uma mensagem. O amor muda o nosso passado!
Sofremos com a incerteza do que a pessoa amada dirá ou fará. Usam-se palavras emprestadas para não ser direto. Encontram-se motivos alheios à verdade para não se entregar. Mas o amor não seria tão sério se não houvesse a possibilidade dele se converter em uma comédia, e a comédia não seria levar um fora, comédia é a covardia de não se declarar e antecipar sozinho os risos que seriam bem melhores acompanhados.

A avó é que conhecia de cinema... O filme já começa bem antes do filme!
Bertha S.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Aos 23 saiu de casa.

Isadora já estava acostumada a ficar sem os cuidados maternos desde os 22 quando saiu da casa da mãe pra embarcar numa viagem sem volta rumo a independência, acreditem isso se tornou uma hábito e por mais que ela amasse muito sua mãe e irmão, morar com eles já não cogitava mais.
Agora aos 23 era mais que definitivo... e dessa vez teria seu próprio lar, suas próprias despesas e seus próprios problemas!
Mas ela não estava tão empolgada quanto deveria, achava que se esse tipo de mudança tivesse ocorrido há uns 3, 4 anos atrás seria melhor, pois a diferença de tudo, estava na necessidade de ir embora, no instinto.
E para agravar mais, ela estava solitária, tinha terminado um relacionamento da pior forma possível, ainda guardava muita mágoa e tristeza.
Um dia, nem tão belo como outros, pois amanhecera chovendo muito na cidade, Isadora levantou da cama e pensou: " Jamais quis estar presa"
Esse pensamento refletia toda a necessidade dela em querer estar bem, e estar bem pra ela seria tendo o direito de ir e vir, então concluiu que esse seria o momento mais oportuno, estaria completamente livre, e se pra ser livre ela teria que enterrar um relacionamento tempestuoso e começar a morar sozinha... assim o fez, e solitariamente livre se sentiu feliz.
Bertha S.