domingo, 29 de agosto de 2010

Um viajante

Estes estão sendo meus últimos dias fora de casa, eles estão vindo me fazer refletir sobre esses 23 meses viajando ao redor do mundo... No barco que tomei em Manaus estou cursando meu 1° dia de viagem rumo a cidade de Belém, daqui a três dias me encontro novamente na tua companhia e na companhia de minha familia, estou ansioso!
Não dimensionarás a quantidade de histórias que tenho para ti, se pudesse te fazer enxergar com meus olhos as belezas que vi todos esse meses fora e experimentar as sensações... Ainda consigo sentir aquele frio na barriga de 23 meses atrás quando aterrissei naquele continente estranho, lindo, onde tudo era diferente, os cheiros, os sabores, as pessoas o idioma. Viajar sozinho foi uma opção, mas eu nunca estive só, conheci pessoas maravilhosas, fiz amigos que jamais sei se voltarei a encontra-los novamente, mas com certeza estarão guardados em meu coração e memória. Pensei em ti, nos nossos desencontros, lembrei do teu jeito eloquente de falar, do sorriso delicioso de ver, e melhor ainda de saber que era eu o motivo dele, me forcei lembrar do teu cheiro, mas não consegui, cheguei ir a uma loja de perfumes, pedi a vendedora que me desse uma amostra de "the beat", aquele perfume que usavas, mas mesmo assim ele não tinha a identidade do teu cheiro, aquele cheiro que ficava nos lençóis da cama onde dormias, que exalava dos teus cabelos lavados, do teu hálito quando me beijava, estou indo de volta para isso meu bem!
Eu sei que não podemos ditar o futuro, mas podemos guiar o leme de nossa existência, agora vou carrega-la junto à mim para o resto da minha vida, é o que pretendo.
Estou levando alguns presentes para ti, entres eles há um bastante especial, espero que gostes, que aceites...
Não vejo a hora de te olhar em minha frente e finalmente sentir teu cheiro novamente. Abra para mim aquele sorriso gostoso de ver, e me espere que estou chegando.


Bertha S.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Crônica do Amor de Arnaldo Jabor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então? Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

Arnaldo Jabor


Bertha S.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Caso perdido

Algumas pessoas não dimensionam o mal que fazem a outras com pequenos gestos, atitudes...
O intrigante é tentar imaginar quais os motivos, quais as intenções pra tais ações?
Existem pessoas que estão na sua vida, se dizem amigos, mas se fecham... e você não tem a possibilidade de se aproximar o suficiente para sentir as coisas, saber.
Hoje me preocupou e entristeceu saber que uma "amiga" faz questão de se afastar de mim, por miudezas, por suas próprias conclusões, como se eu não fosse digna de compartilhar de momentos com ela... As pessoas erram, mas nem sempre se dão conta, se os ruídos de uma tristeza não chegam aos meus ouvidos eu devo pensar que está tudo bem. Fico com um nó na garganta, por que no fundo sei de interferências externas entre nós, mas porque sempre quis ajudar, sempre quis cuidar pra que tudo desse certo, saísse certo. Pagamos por nossas próprias vontades, denomino hoje que isto, essa amizade é um caso perdido, já não é mais saudável insistir neste assunto. Só quero paz pra mim e para os que me tomam.

Bertha S.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Auto-conhecimento


A gente sempre destrói aquilo que mais ama, eu me aperfeiçoei nessa deprimente prática ao longo dos anos. E percebi que a simples possibilidade de conseguir o que se deseja faz com que a nossa alma se encha de culpa, desejamos o que não possuímos, e se não possuímos talvez seja por não sermos dignos ainda. Acredito também que tudo acontece em nossas vidas com um propósito, nada tem um despropósito, até o simples fato de esperar em um fila, tem um motivo... nos ensinar a ser pacientes. Uma mágoa, a descoberta de uma mentira, nos ensina que dói.

Por isso...

Eis a palavra-chave: auto-conhecimento: à medida que nos conhecemos verdadeira e profundamente nós nos tornamos mais e mais indulgentes, pacientes e compreensivos para com o próximo, exatamente aqueles que julgávamos (erroneamente) responsáveis pela nossa infelicidade. Amanhã desejo me elevar mais, desejo tolerar mais, desejo amar, por mais que isso não seja a garantia de um seguro emocional, porém é mais racional cobrar o que se dá!

Bertha S.

Teu cheiro hoje

13/08/2010 "Hoje foi inevitável pensar em ti, estava separando umas roupas sujas pra lavar ainda pouco, e achei o vestido que estava usando no dia que estivemos juntos pela última vez, ele ainda estava com o cheiro do seu perfume, tão impregnado como a lembrança sua! Você tem todos os seus dias sem mim, eu vez ou outra tenho você, preso de forma nostálgica na minha memória."

Bertha S.

Ele vs Ela

Tua ligação me desestabiliza, tua voz assumindo saudade me comove, cortando minhas falas, me interrompendo pra fazer declarações lascivas da falta que faço pra ti...
Eu só liguei pra te pedir desculpa! Tremia falando, quase me entregando de vontade do outro lado da linha.

Bertha S.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Meu eu

“Saímos agora das experiências da primeira infância. A criança penetra em um mundo menos centrado ao redor de seu ego. Suas relações vão além de si mesma e do que a cerca. Ela se localiza em um lar, como parte de uma família. Sua identidade se constrói em torno destas constatações.”

Comporto este significado mais íntimo e recatado de lar e família. E respondo à vida de uma forma realmente bem caseira e tímida.
Sentimental, pacífica, acolhedora, as palavras que me definem evocam a todo instante a figura materna.
Represento tudo aquilo que abriga e protege o que é frágil, permitindo que o crescimento continue. A família possui uma importância extraordinária. Goste ou não goste dela, eu não conseguiria me desligar facilmente de casa. Minha linha de pensamento é bem tradicional e faço o que estiver ao alcance para manter a harmonia no lar.

A ligação com as águas simboliza minha relação mais intensa com o inconsciente e as emoções. Os meus sentimentos estão sempre à flor da pele. Este é inclusive um dos motivos pelos quais costumo fechar-me em minha carapaça, quando sinto-me ameaçada. Via de regra, adoto uma postura defensiva antes mesmo de qualquer sinal de perigo e sou tão facilmente afetada por influências externas que costumo possuir um humor muito inconstante, que oscila tanto entre a ranzinzice e a solicitude, o carinho e o rancor. Quando não controlo este comportamento, torno-me insuportável. Ainda mais porque tendo a dramatizar algumas situações visando manipular as pessoas que me cercam.

Os valores do passado freqüentemente possuem um apelo irresistível para mim. Gosto muito de ficar relembrando momentos importantes de minha vida. Isto me dá uma sensação de aconchego; o passado, e em especial as emoções passadas, é o que me nutre.

Sou regida pela Lua, minha imaginação é fértil, e a criatividade é uma marca característica, e procuro canalizar, se assim quiser, estas qualidades em todos os aspectos de minha vida. Ainda que não ouse muito no mundo exterior, e prefira ambientes mais pacatos, sei torná-los locais muito aconchegantes a todos que comigo convivem.

O senso de proteção extravasa o âmbito do meu próprio eu. Vou empenhar-me em proteger também meus parentes e amigos mais íntimos. E tanta proteção esconde uma natureza possessiva, que pode ser cruel até. Meu ciúme pode me levar a cometer injustiças ou fazer coisas das quais depois me arrependerei. Contudo, quando me dou conta do mal que causei com minha possessividade, adotarei uma postura mais amena. No geral, me dedico aos seres amados com afinco e persistência.

Bertha S.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Penso, logo desejo!

Penso que tudo poderia ser diferente...
Penso que poderíamos ser amantes amáveis,
Penso que poderias me desejar de verdade e eu me entregar de verdade.
Eu tatuei a nossa lembrança no meu braço, porque fez sentido de mais estar contigo, eu pensei em filhos, quando você me imaginava grávida.
Eu nunca avisei, mas sempre quis mais você. Se brigava-mos, apelidos, expressões particulares, tudo perdia o sentindo, se estava-mos, criava-mos mais apelidos, mais expressões, mais cumplicidade.
Eu sei que não vais me perdoar, não enquanto me quiseres, não enquanto eu habitar tua cabeça. Mas eu desejo tanto te ver entrando pela porta da minha casa pra me visitar, desejo tanto as mordidinhas nos meus ombros, na minha costa, volta pra mim!

Bertha S.