terça-feira, 2 de novembro de 2010

A ex mulher

Ela veio me contar que sentia falta do ex marido, que nunca concordou com a separação, o que já estava bem obvio antes mesmo de falar.
Eu disse: Mana, pra cada mulher linda de morrer, tem um cara cansado de comer.
Ela abriu os olhos espantada, arregalada veio confessar que ele antes de partir, não beijava, não falava, não amava.
Tua vida, tentas seguir em paz, não te deixa levar pelas malditas reações químicas de saudade que estão acontecendo no teu cérebro. Te conforma com a ida, não te conforma com a solidão, te agarra nas verdades, ignora as desilusões. Teu passado já fugiu amor.
Que ríspida, maldita tu estais sendo comigo!
Eu juro que não te arraso mais que ele... eu juro! Mas escutas as minhas verdades porque elas fazem parte do fato, amor. Eu só imagino o teu bem, eu só desejo isso.
E dela primeiro veio a dor, muito dolorida, aquela terrível sensação de perda, o choro abafado, a languidez, a vida que parece não ter rumo, nem sentido. Olha-se as fotos, passa-se o dias, perde-se a rotina, imagina-se novas lembranças de coisas que nem se viveu, ela só quer voltar, ela só quer voltar...
Depois veio a raiva, inconformada ela ficou, mal humorada, do nome dele ela tripudiava, não aceitava, xingava, se negava. Rasgou as fotos, queimou as roupas que ele havia esquecido por lá. Se perguntada, com deboche ela falava: Não me recordo deste nome! Forja-se a indiferença.
No final, já mais calma conseguia aceitar, até um leve sorriso ela esboçava de alguma boa lembrança. Ela estava amável, afável. Agora era disposta e já atraia olhares, passou a se pintar, voltou a frequentar os mesmos lugares que frequentava antes de casar, se deu conta que o que importa fica, sorriu mais livre, foi se deitar na cama de ex maridos e ex namorados de outras. E em uma dessas camas ela encontrou o amor de novo, e foi viver aquilo tudo que talvez já conhecera, talvez, porque nada é igual! Se permitiu, ela evoluiu, porque entende agora que não precisa estar indulgente, que sua felicidade é a SUA felicidade, e pronto, e ponto!


Bertha S.

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